por Orlando Pedroso
Minha flor em seus espinhos
Meus espinhos em sua flor.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
domingo, 15 de setembro de 2013
Sou aquele tipo
de flor vermelha barata, comprada em qualquer feira, que não se nega a abrir
para qualquer ameaça de raio de sol que surge no céu de algodão doce. Tenho a
impressão que você me vê em preto e branco, que você é o dia cinza que me mata
a sede. Temo que um dia as gotas salgadas que caem de nosso amor transbordem
meu vaso pequeno, que minhas raízes se adaptem ao ambiente chuvoso. Talvez
apodreçam em seu jardim. Meu monóxido de dihidrogênio. Embalagem de celofane que me sufoca.
Bruna Berri
terça-feira, 14 de maio de 2013
terça-feira, 23 de outubro de 2012
O inferno são os outros.
Meu inferno são os outros que
penso que existem, mas não sei se estão aqui. Pode ser que você não passe de
uma estranha desenhada em uma camiseta. Puro toque de um outro que me tocava –
e era tocado – e hoje murcha ao me ver. Tenho medo de negar sua realidade, para
não chateá-la – para não chatear-me. Lembro do cabelo negro sobre sua pele
branca, translúcida. Lembro do sorriso amarelado, quase cruel. Lembro dos seus
olhos amendoados, punitivos. Mas não lembro de suas vestes. Não lembro se seus
longos fios eram lisos ou cacheados, mãos grandes ou pequenas, o som de um riso
amargurado. Faz tanto tempo que você não aparece que quase não lembro do seu
semblante. Você permite que eu pense que meu passado foi um surto, uma alucinação.
É isso que me dizem todos os dias e já fazem quatro anos que você não está aqui
para me contar quem é que me diz a verdade. Joaquina, você se lembra de mim?
Pois não me esqueço de você.
Bruna Berri
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