terça-feira, 23 de fevereiro de 2010



"Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."


Caio Fernando Abreu

2 comentários:

Felipe Braga disse...

É por isso que "eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida."

Está bem, não precisa, necessariamente, ser tranquilo. rs

Beijos, Bruna.

ps: Você se parece com uma menina que conheci. rs

Fran disse...

Medo de ser esquecido, medo que nosso amor seja superado. Quem não tem? E caio descreve isso de forma magnífica...

Beeijos!