segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pedaços de sorte




Me flagrei procurando dentre diversos papéis e envelopes, aquele discreto contendo um escrito pequeninamente ao canto “nunca mais lembrar”. Abri. E lá estava ele, tão verde quanto nunca. Segurei ele cuidadosamente forte, não queria estragar. Eu só queria por alguns segundos lembrar do momento em que o ganhei. Você sorria como se estivesse me dando o mundo.Nem me lembro ao certo o que foi que eu pedi, nem sei ao certo se acredito em sorte. Você foi a minha sorte. Mas como todo momento bom, foi embora. Assim deixando apenas aquele frágil vegetal embrulhado em um envelope sem graça. Sabemos que ele era diferente, que ele jamais morreria, apodreceria ou secaria, só não sabemos o porquê. Você fala com aqueles enigmas confusos, achando graça de toda essa complexidade. Sei que um dia você irá me levar lá aonde tudo começou. É como uma promessa que ainda não foi comprida, uma nuvem negra que não despejou sua água, um arco-íris de cores neutras querendo sorrir para a vida.Era o nosso trevo, era a nossa sorte, era a nossa vida.

Bruna Berri

Está acontecendo de novo. Ele volta toda vez que penso que foi embora. E ele trás consigo meu sorriso. A única felicidade já encontrada. Tenho tanto medo de me perder de novo, e de novo, e de novo. Ele é o cara errado, sabemos disso. Mas afinal todos são errados mesmo, vale a pena investir naquele, no único que me tocou lá no fundo.
E não, eu não estou falando dele, nem do que veio antes. Estou falando do antigo, daquele que já havia aparentemente partido há muito tempo.
Ele que me fez feliz, que me fez sofrer, que fez que eu me sentisse a melhor e a pior das pessoas, que não aceitava as minhas idéias, que não é um amor de pessoa e nem ajuda idosos. Mas é sobre ele que eu escrevo, é ele que perturba minhas noites, que me fez as promessas mais imbecis, que me deixou e jura ter sido trocado.
Elas vão me matar ao ler isso, eu mesma estou querendo me matar.Fico trazendo histórias do passado por nada, e eu não devia.
Mas que se dane. Eu que sonho, eu que amo, eu que caio.

Bruna Berri

segunda-feira, 18 de agosto de 2008


Acabei superando a minha proposta de superação. Foi rápido. Assim como uma picada de cobra que me atingiu por completo. Deve ser contra todas as leis esquecer alguém assim. Não sei se nunca gostei, se não me faz falta ou se isso está me matando e não percebo.
Ontem faríamos 4 meses, pensei que me sentiria fraca, derrotada. Mas foi um domingo qualquer, indiferente.
Isso me pareceria cruel, mas hoje não, hoje eu não me deixarei derrotar por mais um denonimado amor que se foi!


Bruna Berri

sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Eu olhava de 15 em 15 minutos o meu celular. Esperando uma mensagem, uma ligação, qualquer notícia dele, de que ele pudesse estar voltando. Mas nada, parece que todas as pessoas do mundo resolveram me telefonar, mas ele não. Dói saber que não vou mais falar com ele. Na verdade, eu poderia, mas sei que não devo. Olhar para ele é colocar o dedo na ferida. Querer voltar a um lugar que não existia mais. Cometemos erros demais, isso nos matou. Nosso modo individualistas de seguir a vida nos colocava frente a frente a cada pequena pedra no caminho, e em vez de retirá-la, brigávamos.
Vou esquecê-lo, isso é fato. Quando? Eu não sei. Espero que logo.


Bruna Berri