domingo, 7 de novembro de 2010


Eu quero uma lua plena
Eu quero sentir a noite
Eu quero olhar as luzes
Que teus olhos
Não me têm deixado ver
Agora eu vou viver...

Eu quero sair de manhã
Eu quero seguir a estrela
Eu quero sentir o vento pela pele
Um pensamento me fará
Uma louca tempestade...

Eu quero ser uma tarde gris
Quero que a chuva corra sobre o rio
O rio que por ruas corre em mim
As águas que me querem levar tão longe
Tão longe que me façam esquecer
De ti...

(Uma louca tempestade - Ana Carolina)

domingo, 24 de outubro de 2010




“A moça e o moço, quando entre si, passavam-se um embebido olhar, diferente do dos outros; e radiava em ambos um modo igual, parecido. Eles olhavam um para o outro como os passarinhos ouvidos de repente a cantar, as árvores pé-ante-pé, as nuvens desconcertadas: como do assoprado das cinzas a esplendição das brasas. Eles se olhavam para não-distância, estiadamente, sem saberes, sem caso. Mas a moça estava devagar. Mas o moço estava ansioso. O menino, sempre lá perto, tinha de procurar-lhes os olhos. Na própria precisão com que outras passagens lembradas se oferecem, de entre impressões confusas, talvez se agite a maligna astúcia da porção escura de nós mesmos, que tenta incompreensivelmente enganar-nos, ou, pelo menos, retardar que perscrutemos qualquer verdade. Mas o menino queria que os dois nunca deixassem de assim se olhar. Nenhuns olhos têm fundo; a vida, também, não.”

“Se eu, se você gostar de mim... E como saber se é o amor certo, o único? Tanto é o poder errar, nos enganos da vida... Será que você seria capaz de esquecer de mim, e, assim mesmo, depois e depois, sem saber, sem querer, continuar gostando? Como é que a gente sabe?”


(Nenhum, nenhuma/ Primeiras Estórias – João Guimarães Rosa)

sábado, 2 de outubro de 2010


''Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei...''

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Estive tão triste que quase não soltei a tua mão quando pegaste a minha de surpresa.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010



"Vestir os jeans, os tênis, a camiseta, repetir merda bem alto três vezes, como uma espécie de bom-dia."

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 20 de julho de 2010

Feliz dia do amigo!


Soneto do amigo


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes


Não me importo em envelhecer sem nunca ter crescido
Assim não terei esquecido amigos assim como vocês.
(...)Corações serão partidos...mas jamais por um amigo
Amigos assim como vocês!
(1983 - Calvin)



*Um beijo enorme a todos os meus amigos que mesmo distantes permanecem comigo constantemente. Obrigada por terem me dado os momentos mais incríveis que já presenciei, eu os amos muito!

domingo, 6 de junho de 2010

Leve desespero


Ninguém vai te salvar, estúpida. Não aparecerá ninguém que lhe abrace e absorva a sua dor. Pare de esperar pendurada em suas cortinas, porque as ruas serão sempre desertas. Pare de chorar, de soluçar, de desabar, porque não há ninguém a ser esperado, entende? Não há mais remédio. Ele também há de partir, um dia. Eles, aos poucos, partirão. E você ficará e não deverá entrar em desespero antes que sua história comece a ser escrita.
Eu sei, não há como dormir em paz.
Por que ele não volta?
Não sei, não sei. Mas pare, você, de esperar. Pare, você, de entregar sua felicidade em mãos desastradas. A solidão não é tão ruim, principalmente quando não se está só. Pare, você, de pensar que está.


Bruna Berri

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ficarei ausente temporariamente para organizar a vida e os estudos. Não sei dizer o quanto vale esse temporariamente, talvez uma semana, talvez um ano. Mas para a alegria - ou tristeza - de alguns, certamente voltarei. Torçam por mim, e quem sabe verão meu nome da lista de aprovados para Psicologia na UFSC final do ano. Um beijo a todos, sentirei saudades!

segunda-feira, 5 de abril de 2010


"Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva."

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 31 de março de 2010


"Amor? Não sei. É meio paranóico. Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 22 de março de 2010


"Porque você não sabe, mas tenho corrido maratonas e vencido monstros gigantescos para conseguir sentir tudo isso sem arrancar minha cabeça fora. E quando você, ao invés de me esperar no pódio de chegada com pomadas e isotônicos, me olha desconfiado ou entediado de tudo, eu quase desejo que dessa vez eu morra no meio da corrida. Porque é ridículo achar que você faz tudo valer a pena, mas, no fundo, acabo achando que você faz tudo valer a pena."


Tati Bernardi

sábado, 20 de março de 2010

Fragmentos eternos


Entenda-me se às vezes quase morro de saudades. Entenda-me, porque às vezes sou quase um vazio constante. As fotos atiradas sobre a cômoda são apenas fotos, não preenchem mais, não matam e me matam. Ando tão necessitada de seus sorrisos, abraços, mancadas. Éramos um. Somos ainda. Somos um em fragmento espalhados pelo mundo.
E se sinto falta dos pedaços que me pertencem por direitos conquistados – porque toda amizade é conquistada – é porque ainda os amos, e continuarei amando até morrer de tanta saudade.


Bruna Berri


P.S: texto dedicado às companheiras de minha vida.

quarta-feira, 17 de março de 2010


Você deixou saudades...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Reabastecer



Depois de tanto tempo deglutindo o amor percebo que amor, somente amor, não satisfaz. Aliás, o amor - palavra que de tão incógnita torna-se indigna de significado - não explica nada.
Porque eu, no mais profundo de mim, preciso injetar doses altas de adrenalina diariamente, e não quero amor só para de vez em quando, quero um êxtase eterno.


Bruna Berri

quarta-feira, 3 de março de 2010



"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."


Machado de Assis

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010



"Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada..."

Clarice Lispector

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010



"Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."


Caio Fernando Abreu

sábado, 20 de fevereiro de 2010



Deixei de ter um pouquinho de mim só para ter mais um pouquinho dele. Só para ver se dessa vez ele repara.


Bruna Berri

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


"Eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, eu sempre me apaixonei por você."


Tati Bernardi

"Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom."


(Faz Parte do Meu Show - Cazuza)

domingo, 7 de fevereiro de 2010



E antes que eu me esqueça: nunca me passou pela cabeça lhe pedir perdão.


(Homem Não Chora - Cazuza)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Por quase...



Eu sou da noite, do escuro... Por mais que ele já tenha me causado medo. Gosto de sentir o aconchego quase quente da água acolhendo meu corpo e o vento quase gelado tocando-me de surpresa. E meu corpo arrepia por inteiro, pedindo por mais. Mais verão, mais inverno, mais choque. Quero me eletrizar por inteira.
No escuro se vê aquilo que o sol não mostra, e se sente. E as ondas chegam quase sádicas querendo levar teu corpo quase nu para onde a respiração esgota. Fico imóvel e meu corpo resiste a quase sensação de ser engolida pela vida.


Bruna Berri


"E quando eu vejo o mar existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobabem." (Renato Russo)