segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pedaços de sorte




Me flagrei procurando dentre diversos papéis e envelopes, aquele discreto contendo um escrito pequeninamente ao canto “nunca mais lembrar”. Abri. E lá estava ele, tão verde quanto nunca. Segurei ele cuidadosamente forte, não queria estragar. Eu só queria por alguns segundos lembrar do momento em que o ganhei. Você sorria como se estivesse me dando o mundo.Nem me lembro ao certo o que foi que eu pedi, nem sei ao certo se acredito em sorte. Você foi a minha sorte. Mas como todo momento bom, foi embora. Assim deixando apenas aquele frágil vegetal embrulhado em um envelope sem graça. Sabemos que ele era diferente, que ele jamais morreria, apodreceria ou secaria, só não sabemos o porquê. Você fala com aqueles enigmas confusos, achando graça de toda essa complexidade. Sei que um dia você irá me levar lá aonde tudo começou. É como uma promessa que ainda não foi comprida, uma nuvem negra que não despejou sua água, um arco-íris de cores neutras querendo sorrir para a vida.Era o nosso trevo, era a nossa sorte, era a nossa vida.

Bruna Berri

Um comentário:

●๋• Dannn ✿ disse...

Não acredito em sorte, mas acredito em vontades, vontades de ter e ir atrás daquilo que te faz maior e única. Poucas vezes recebi presentes, e flores e muito menos envelopes sem graça. Muitas vezes me vejo pensando que se é bom, vou me lembrar sem ter ao em mãos, se for para lembrar que seja com o coração nas mãos, sem fotos, sem material... sem muito e tendo tudo dentro de mim.

O Teatro Mágico - Realejo

"Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar"