sexta-feira, 6 de março de 2009

Distante


Ontem pude vê-lo, de longe. Era escuro, já tarde da noite, mas sua estrutura é inconfundível. Já fazia meses que não o via. Dias que não lembrava de sua existência.
Nós fixamos por 5 segundos, não sei se fui reconhecida... na verdade nem me importo.
Já fazia tempo que havíamos sidos enterrados. Há tempo não existia “nós dois”. Era eu e ele, desunidos. Histórias diferentes, destinos diferentes.
Não lembro ao certo o que nos unia. Nem como chegamos aonde chegamos. Mas lembro que te via passar várias vezes por mim, e pude observar o quanto aquilo me encantava.
Atraia toda a minha atenção, todo o meu sentimento. Me sentia nervosa, agoniada. Não sabia o que falar, se devia falar. E então eu ria, ria de mim, da situação, de você, da vida. Sorria porque não havia palavra nesse mundo que pudesse expressar o que eu sentia ao ouvir sua respiração forte.
Não sei se foram as derrotas, ou o quando me amarguei com a vida, mas hoje trago em mim muita indiferença a tudo e todos. Mas nem sempre foi assim.


Bruna Berri

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando a gente acaba tratando quase tudo com indiferença, nem percebe mais que não se importa com as coisas... sei como é.

Marina Beatriz disse...

'Não sei se foram as derrotas, ou o quando me amarguei com a vida, mas hoje trago em mim muita indiferença a tudo e todos. Mas nem sempre foi assim.'

...e o pior é muitas derrotas estão por vir, espero que elas não nos sequem por dentro.

Adorei *-*

Alexandre disse...

Caracas eu também já passei por isso.
A vida nos reservas momentos indefiníveis, realmente!
Parabéns pelo Blog

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http://alexandremouro.blogspot.com