segunda-feira, 30 de março de 2009


E de novo eu acordava, num domingo nublado. Coração vazio. Auto-estima zero. Nada.
Não abri as janelas, portas trancadas. Cortinas e blackouts fechados ao máximo. Eu tinha vontade mesmo era de mofar, apodrecer em uma cadeira bege desconfortável – que fazia minha coluna doer.
Mas afinal, eu havia partido ou não? Estava agindo como uma pessoa cansada de sua realidade, não como uma que acabava de inventar uma nova. E não era isso que eu estava querendo.
Eu queria mais – eu sempre quero mais. Eu queria caminhar no sol, fotografar borboletas, conhecer ruas, pessoas e animais jamais vistos. Eu queria sentir a temperatura quente fritando meus neurônios, queria sentir o prazer da água gelada descendo agradavelmente pela minha garganta. Eu queria mudar.
Eu queria contar para o mundo o que estava acontecendo. Queria gritar para todos ouvirem o quanto eu estava feliz – e eu realmente estava. Porque eu não tinha mais nada, então não tinha nada a perder.
Tenho apenas minha vida agitada e pouco tempo. Tempo pequeno demais para ser gasto em vão.


Bruna Berri

Um comentário:

Monique disse...

"Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver
Vamos nos permitir."