sexta-feira, 29 de maio de 2009

Incerteza


Eu não entendia nada, nosso jogo era bem escondido. Não falávamos em grego, nem ao menos em latim, mas nossa linguagem era camuflada e enrolada. Não gostávamos de nos expor, mas estávamos tão próximos e tão distantes que isso nos mantinha unido. Eu sabia de tanta coisa, mas não sabia de nada. Como que poderia eu ter certeza? Às vezes penso que a certeza é a verdade, e a verdade não existe. Porque em algum instante, ele sempre acaba mentindo.
E as mentiras sempre me sufocam, sempre me fazem jogar tudo pro alto. Eram elas as donas de meu silêncio, de meu olhar incompreensível. E eu tinha medo que elas nunca acabassem, portanto a hora não chegaria. E ele nem fazia idéia do tempo que eu esperava pela hora certa. Ele não compreendia.
Mas não compreender, para mim, já é um bom sinal. O problema é quando não sentimos...


Bruna Berri

9 comentários:

Felipe Braga disse...

Com o tempo, percebemos que nem tudo que é sentido é compreendido. Eu diria que na maioria das vezes não entendemos coisa alguma.

Thuane disse...

Eu sabia de tanta coisa, mas não sabia de nada. Como que poderia eu ter certeza? Às vezes penso que a certeza é a verdade, e a verdade não existe. Porque em algum instante, ele sempre acaba mentindo


que lindo isso Bru!
adorei o texto

H L disse...

"Eu sabia de tanta coisa, mas não sabia de nada."

E eu achava que sabia, achava que tinha verdades construidas de concreto, eram apenas verdades de poeira...as incertezas tomaram os seus lugares...
e desde então eu vivo nesse meio, entre a tal suposta verdade e a insegurança da indecisão!!

Adorei Bruna!
^^

Phalador disse...

Poxa Bruna brigadão!

Adorável é poder ler coisas assim, como esse texto, eles nos inspiram para fazermos coisas...adoráveis! Simples adoráveis..rs.

ótimo FDS.

bjs!

Rafael Sperling disse...

Eu nunca sinto.

Anônimo disse...

Bom, adorei de mais o teu espaço, os teus textos, já passei a seguir o blog. Um beijo.

Lili Puperi disse...

Acho que não existe uma vida inteira cheia de verdades ou uma vida cheia de mentiras, em algum momento sempre nos traímos, e por ventura, acabamos traindo os outros. É difícil ser fiel a nós mesmos, quem dirá ao outros... O importante é que exista o sentimento, e que esse sentimento consiga passar por cima dessas mentiras que contamos a nos mesmos...

Eu, Thiago Assis disse...

Eis aqui também um paradoxo, as relações humanas.

E não sentir, pra alguns nao é problema, como pra um dos meus personagens do blog ^^


www.thiagogaru.blogspot.com

Priscila Rôde disse...

Adorei o que você escreveu: "As vezes penso que a certeza é a verdade,e a verdade ñ existe.Por que em algum instante, ele sempre acaba mentindo."

Parabéns pelo blog!